Uma escapadinha de inverno é sempre um bom motivo para juntar a família e os amigos no aconchego de uma casa rural com lareira. Os ares da serra e do campo são ótimos para desconectar e relaxar.
Em várias zonas montanhosas de Portugal, é comum encontrar neve nos meses mais frios. Os telhados das aldeias encavalitadas nas encostas das montanhas ficam completamente pintados de branco, tornando-as ainda mais bonitas e pitorescas.
Selecionámos 8 aldeias que são dignas de um postal e, com alguma sorte, poderá descobri-las cobertas de neve, dando-lhes um toque mágico e especial.
1. Pitões das Júnias
Situada a cerca de 1200 metros de altitude, Pitões das Júnias, no concelho de Montalegre, é uma das mais altas aldeias de Portugal. Por isso, não é de admirar que durante os meses frios de inverno a paisagem da aldeia se pinte de branco, dando-lhe um ar ainda mais bonito e pitoresco.
Inserida no Parque Nacional Peneda-Gerês, a origem de Pitões das Júnias é desconhecida, mas há quem a associe à fundação do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, classificado como Monumento Nacional. Situado a dois quilómetros da aldeia, o atual mosteiro e o seu templo anexo foram erguidos durante a primeira metade do século XII, antes mesmo da fundação da nacionalidade portuguesa.
Mas a verdade é que a maior atração de Pitões das Júnias é mesmo a sua paisagem, perpetuada para sempre no tempo e emoldurada pelas montanhas que rodeiam o planalto da Mourela. A aldeia é palco de tradições ancestrais que mergulham fundo nas raízes culturais celtas.
O encanto de Pitões das Júnias com neve
Situada a cerca de 1200 metros de altitude, Pitões das Júnias, no concelho de Montalegre, é uma das mais altas aldeias de Portugal. Por isso, não é de admirar que durante os meses frios de inverno a paisagem da aldeia se pinte de branco, dando-lhe um ar ainda mais bonito e pitoresco.
2. Piódão
Piódão é conhecida como “a aldeia presépio”, por isso uma visita a esta aldeia do concelho de Arganil durante o inverno, especialmente na época do Natal, vale muito a pena. Em plena Serra do Açor, as suas casas de xisto descem de socalco em socalco ao sabor da geografia da encosta. É uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal que sobreviveu à erosão dos invernos rigorosos e ao desgaste do tempo.
A aldeia do Piódão é conhecida pela sua disposição em anfiteatro, com as tradicionais casas feitas de xisto, teto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de azul. O casario ocupa as ruelas estreitas, íngremes e tortuosas, e a sua disposição irregular recorda uma típica povoação medieval.
Durante a noite, as luzes que saem das janelas das casas e desenham a escarpa fazem com que a aldeia pareça saída diretamente das páginas de um conto de fadas. Aí, o silêncio é quase total e a sensação é que, pelo menos durante algumas horas, está a viver noutro mundo.
Piódão, a “aldeia presépio” que parece saída de um conto de fadas
Não é Natal, mas Piódão, a “aldeia presépio”, como é conhecida, merece uma visita em qualquer altura do ano. Em plena Serra do Açor, no concelho de Arganil, as suas casas de xisto descem de socalco em socalco ao sabor da geografia da encosta. É uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal que sobreviveu à erosão dos invernos rigorosos e ao desgaste do tempo.
3. Candal
Candal é uma das mais pitorescas aldeias de xisto e também uma das mais fáceis de aceder. Situada ao lado da estrada nacional que liga Lousã a Castanheira de Pêra, esta pequena aldeia preserva no tempo um mundo rural difícil de encontrar hoje em dia.
Quem passa pelo Candal pode conhecer as casas em xisto, a eira, a capela, a fonte e o lavadouro público. O ar puro e a boa companhia das gentes serranas são razões mais do que suficientes para visitar esta aldeia. A subida até ao miradouro é íngreme, mas vale a pena pela vista panorâmica sobre o vale e a Ribeira do Candal.
4. Talasnal
Continuamos na Serra da Lousã, numa das aldeias que também faz parte das 12 Aldeias do Xisto: o Talasnal. A sua dimensão e disposição, assim como todos os detalhes das suas casas recuperadas, fazem desta aldeia o cartão postal da Lousã.
Apesar de não ter habitantes permanentes, os vários projetos de recuperação deram uma vida nova ao Talasnal. A fonte, o tanque e os ramos de videiras que decoram as casas dão à aldeia uma identidade única e cativam quem por ali passa. A ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme, mas que vale a pena subir para descobrir todas as quelhas e becos.
É um lugar onde reina a tranquilidade e a comunhão com a natureza circundante. Embrenhe-se na floresta que rodeia o Talasnal e quem sabe não avista um veado, um corço, um javali ou outra espécie que por ali habita.
5. Rio de Onor
Numa visita a Rio de Onor, no concelho de Bragança, irá descobrir uma aldeia tipicamente transmontana com as suas tradicionais casas de xisto, com varandas de madeira. Mas a aldeia tem uma particularidade muito especial: é atravessada a meio pela fronteira entre Portugal e Espanha. Mas, para os habitantes desta aldeia raiana, a fronteira é apenas uma formalidade administrativa.
A própria população trata as duas aldeias – a portuguesa e a espanhola – como “povo de acima” e “povo de abaixo”. Era comum observar-se o gado a atravessar a fronteira livremente. As populações de ambos os países possuíam até muitas vezes terras do lado oposto da fronteira, trabalhando-as como se fossem do seu lado da fronteira.
Rio de Onor é uma aldeia comunitária, que é uma forma de vida que pressupõe uma partilha e entreajuda de todos os habitantes e se traduz na partilha de fornos comunitários, terrenos agrícolas onde todos devem trabalhar, e um rebanho que pasta nos terrenos comunitários. Hoje em dia, com poucos habitantes na aldeia, já não se pratica este estilo de vida comunitário.
Rio de Onor, com um pé em Portugal e outro em Espanha
Rio de Onor tem uma particularidade muito especial: é atravessada a meio pela fronteira entre Portugal e Espanha. Mas, para os habitantes desta aldeia raiana do concelho de Bragança, a fronteira pouco importa, é apenas uma formalidade administrativa.
6. Montesinho
Ainda no concelho de Bragança encontramos outra aldeia transmontana situada na serra que lhe dá o nome: a aldeia de Montesinho. A cerca de mil metros de altitude, em pleno Parque Natural de Montesinho, não são raras as vezes que vemos a neve pintar os telhados da aldeia. Neste sítio encantado também habitam espécies como o lobo-ibérico, a corça ou o veado. Mas, na verdade, será mais fácil encontrar neve do que um lobo-ibérico.
Caminhe pelas ruas da aldeia, calcetadas e bem cuidadas, e descubra a Igreja de Montesinho, o Núcleo Interpretativo e o museu instalado numa casa típica transmontana, onde poderá conhecer a caracterização geológica de Montesinho e os modos de vida tradicionais desta aldeia.
7. Soajo
A vila do Soajo é uma das mais típicas vilas portuguesas e pertence ao concelho de Arcos de Valdevez, numa das vertentes da serra da Peneda, inserida no Parque Nacional da Peneda-Gerês. A vila é caracterizada pelas suas ruas pavimentadas com lajes de granito e as casas construídas com blocos de pedra, rodeada por uma natureza quase imaculada.
Até há cerca de um século a povoação, que outrora chegou a ser sede de concelho, vivia em regime comunitário, baseando a sua atividade na agricultura, e tinha as suas próprias leis e atividades. O seu grande conjunto de espigueiros – 24 no total – é ainda hoje um dos seus maiores atrativos, todos em pedra e assentes num afloramento de granito, datando o mais antigo de 1782, sendo muitos deles ainda hoje utilizados para secar o milho.
Em Soajo, as vozes do fiadeiro aquecem o inverno
Os invernos na vila de Soajo, no concelho de Arcos de Valdevez, são habitualmente longos e frios. Mas há algo que quebra a solidão e a obscuridade destes meses mais duros: o fiadeiro.
8. Loriga
Esta pequena freguesia do concelho de Seia é conhecida como a “Suíça portuguesa” devido à sua impressionante paisagem e localização geográfica. Loriga está rodeada por montanhas, das quais se destacam a Penha dos Abutres, com 1828 metros de altitude, e a Penha do Gato, com 1771 metros, que se encontram entre dois cursos de água, a Ribeira de Loriga e a Ribeira de São Bento. Por isso, é comum encontrarmos a aldeia coberta de neve ou, pelo menos, os cumes das montanhas que a rodeiam.
A paisagem de Loriga é muito marcada pelos socalcos e pela sua complexa rede de irrigação, uma obra construída ao longo de centenas de anos e que transformou um vale rochoso num vale fértil.
Descubra alguns dos lugares onde pode encontrar neve em Portugal e passar um dia divertido em família ou com amigos a construir um boneco de neve ou a fazer uma batalha de bolas de neve.