Em 2016 venceram o prémio de projeto turístico mais inovador da Europa nos World Travel Awards, considerados os Óscares do Turismo a nível mundial. Em 2017 foram distinguidos novamente como o “Melhor Projeto de Desenvolvimento Turístico da Europa”, numa cerimónia que decorreu em São Petersburgo, na Rússia. Já em 2018 conseguiram o mesmo feito na Grécia e ainda levaram para casa também o prémio de “Melhor Atração Europeia de Turismo de Aventura”. Em 2019, 2020 e 2021 repetiram a proeza.
Estes são prémios que ajudam à divulgação dos Passadiços do Paiva em Portugal e pelo mundo, mas a verdade é que a beleza dos passadiços ultrapassa qualquer prémio e distinção. Aqueles que são considerados os pioneiros em Portugal de uma moda que fez multiplicar o número de construções deste género no país, abriram em 2015.
Com cerca de 8,7 quilómetros de extensão, os Passadiços do Paiva localizam-se na margem esquerda do rio Paiva, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Percorrer toda a rota que separa a ponte de Espiunca e a praia fluvial do Areinho é mergulhar numa paisagem de beleza ímpar esculpida pela natureza. Este é um autêntico santuário natural que inclui descidas de águas bravas, cristais de quartzo e espécies em vias de extinção na Europa.
São cerca de 2h30 de subidas e descidas acentuadas que exigem alguma resistência física mas que será uma viagem imperdível pela biologia, geologia e arqueologia que irá certamente marcar qualquer apaixonado pela natureza.
A caminhada pode começar em qualquer uma das extremidades dos passadiços de madeira, ou a meio, no Vau, embora o esforço físico seja menor partindo da praia fluvial do Areinho.
Os passadiços abarcam a área conhecida como Garganta do Paiva, um dos elementos do Arouca Geopark, reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade. Esta área define-se como o troço em que o rio se encaixa em canhão no granito de Alvarenga.
Numa tarde quente de verão, pare uns minutos para se refrescar numa das praias fluviais que encontrará pelo caminho, como a praia fluvial do Vau que se encontra mais ou menos a meio do percurso. Logo a seguir, se começar a caminhada por Espiunca, irá encontrar a cascata das Aguieiras que pode observar a partir do miradouro integrado nos passadiços.
Desde este miradouro é ainda possível observar o cabeço rochoso onde se encontra implantado o “Castelo de Carvalhais”, um castelo roqueiro da época da Reconquista (século IX-XII), um pequeno forte defensivo e estrategicamente posicionado para controlar a travessia do rio Paiva, uma importante barreira morfológica entre as margens do Douro e o vale de Arouca.
Contudo, durante estes anos de existência, em que os Passadiços do Paiva já acolheram mais de meio milhão de visitantes, nem tudo foi um paraíso. O inferno dos incêndios também atingiu a beleza deste santuário natural em diversas ocasiões. Em setembro de 2015, pouco depois da abertura, um incêndio florestal afetou cerca de 600 metros de passadiço, o que levou ao encerramento provisório do mesmo. Em pleno agosto de 2016, um incêndio de grandes proporções destruiu uma dimensão considerável do território florestal de Arouca.
De forma a preservar a natureza envolvente e a biodiversidade local, o acesso passou a ser pago e limitado a dois mil visitantes diários. Se comprar na plataforma online, o preço do bilhete é de 1 euro e, se adquirir presencialmente no dia da visita, irá pagar 2 euros. Durante a época alta (de abril a outubro), o preço do bilhete é de 2 euros online ou 4 euros no local. As crianças até aos 10 anos não pagam.
É também aqui que fica a maior ponte pedonal suspensa do mundo. A chamada “516 Arouca” já abriu e tem 516 metros de extensão – daí o nome – e 175 metros de altura. Os bilhetes para atravessar a ponte estão disponíveis online e dão também acesso aos Passadiços do Paiva.
A minha tentativa falhada de percorrer os Passadiços do Paiva sem subir escadas
Se há algo que a pandemia nos ensinou foi a olhar mais para dentro dos nossos próprios países. A Covid-19 veio primeiro fechar-nos dentro das nossas casas e agora, em pleno processo de desconfinamento, mas com as fronteiras ainda encerradas, veio fechar-nos dentro do nosso país. E isso não tem que ser necessariamente mau. Muito pelo contrário.
A maior ponte pedonal suspensa do mundo já abriu
O nome diz tudo. São 516 metros de extensão que fazem da “516 Arouca” a mais longa ponte pedonal suspensa do mundo, localizada, claro está, em Arouca, no distrito de Aveiro. A ponte liga a margem de Canelas à encosta de Alvarenga a 175 metros de altura sobre a secção mais agitada do rio Paiva.