Das 12 Aldeias do Xisto da Serra da Lousã, o Talasnal é uma das mais conhecidas e procuradas pelos turistas que visitam a região. A sua dimensão e disposição, assim como todos os detalhes das suas casas recuperadas, fazem desta aldeia o cartão postal da Lousã.
Da vila da Lousã, no distrito de Coimbra, até ao Talasnal são cerca de 12 quilómetros, pela estrada que serpenteia a serra. Mesmo antes de chegar à aldeia, é obrigatório uma paragem no miradouro na berma da estrada que nos permite ter uma visão panorâmica de uma das aldeias de xisto mais pitorescas do país, encaixada numa das encostas da Serra da Lousã.
Chegados à aldeia é preciso ganhar algum fôlego para subir a ruela principal que acompanha o declive da encosta, num percurso um pouco íngreme. O esforço vai sendo atenuado pela beleza e carisma da aldeia que se vai mostrando perante os nossos olhos em tons castanhos, misturando-se com o verde da serra.
Apesar das dezenas de casas reabilitadas e da alma que o Talasnal emana, esta é uma aldeia sem habitantes permanentes. As casas são para segunda habitação, alojamentos turísticos e serviços.
Longe vai o tempo em que no Talasnal viviam mais de uma centena de pessoas. A aldeia foi sendo abandonada progressivamente depois do seu apogeu em 1911, até ter apenas dois habitantes em 1981, a Ti Lena e o Ti Manel, que ainda hoje são lembrados com carinho.
Em tempos, o Talasnal foi aldeia de pastores, mas a subsistência foi sendo cada vez mais difícil. A desertificação começou com a imposição da cultura do pinheiro que acabou com a pastorícia. Em 1975, a escola primária tinha apenas dois alunos e acabou mesmo por encerrar.
Sem habitantes, a aldeia foi votada ao abandono e as casas foram-se degradando. Mas o turismo rural e a Rede das Aldeias do Xisto veio dar uma segunda oportunidade ao Talasnal, transformando-o num lugar bem preservado e renovado, mantendo sempre a sua traça arquitetónica original.
Perder-se pelas ruelas do Talasnal é uma experiência única. É quase como se entrássemos num pequeno labirinto de xisto, imaginando como seria a vida na aldeia há 100 anos atrás. Em cada esquina descobrimos mais uma casinha de xisto, decorada com ramos das videiras, sempre com a Serra da Lousã como pano de fundo.
Ao passear pelo Talasnal, a fonte e o tanque emitem a melodia que acompanha a nossa visita. O antigo lagar de azeite ajuda a recordar tempos antigos e lavores de quem por lá vivia.
Se há séculos atrás a localização da aldeia nas encostas íngremes da serra permitia uma excelente posição defensiva, hoje em dia oferece aos visitantes uma vista privilegiada para o castelo da Lousã.
Os amantes de percursos pedestres têm na rota do xisto passagem obrigatória pelo coração da aldeia. A entrada da aldeia, aliás, é um dos pontos de partida do trilho. Quem aprecia BTT também costuma reservar uma paragem e, com sorte, na serra, talvez consiga avistar algum corço, veado ou javali.
O Talasnal é um bom ponto de partida para explorar as Aldeias do Xisto da Serra da Lousã. A aldeia conta com vários alojamentos onde poderá ficar hospedado e percorrer a região de carro ou até de bicicleta.
A Casa Princesa Peralta é uma das opções disponíveis para uns dias na aldeia. Com um terraço exterior e uma vista panorâmica sobre as montanhas Trevim, o xisto e a madeira abundam na decoração desta casa de campo ecológica. É o alojamento perfeito para uma escapadinha romântica.
Outra das opções é a Casa Lausus, uma casa de xisto tradicional, com excelentes vistas sobre o castelo da Lousã. Com dois quartos, sala de estar e cozinha, é ideal para uma estadia em família.
A Casa da Urze é uma das casas restauradas e transformadas em alojamento turístico, mas que respeita o traçado original. A casa tem um quarto com cama de casal, sala de estar com sofá-cama e kitchenette bem equipada. Os hóspedes podem ainda reservar as suas refeições no restaurante O Retalhinho, que pertence aos proprietários e fica junto à casa.
Não se pode ir embora sem provar as iguarias da região. A Taberna Talasnal é um lugar pequeno e rústico no centro da aldeia, onde é obrigatório provar a chanfana. O restaurante Ti Lena – nome em homenagem à última habitante do Talasnal – serve excelentes pratos de cabrito assado, chanfana e bacalhau com batata a murro.
A visita não pode terminar sem provar o talanisco, um doce regional feito à base de mel e castanha.
7 aldeias de xisto a descobrir no centro de Portugal
No interior centro de Portugal, entre a serra da Lousã e a serra do Açor, existem 27 aldeias, cada uma delas especial e única à sua maneira, e com um elemento em comum, o xisto. Este material que domina a paisagem e a arquitetura destas aldeias está presente em cada detalhe e foi utilizado para construir casas e ruas. O xisto é parte da identidade deste território.
Cerdeira, a aldeia abandonada que renasceu para o turismo e para as artes
Quando uma jovem alemã de 24 anos a estudar em Coimbra tropeçou em Cerdeira em 1988 enquanto caminhava por ali com amigos, a aldeia encontrava-se completamente abandonada. Kerstin Thomas, na altura estudante de artes, procurava um local para instalar o seu atelier e foi amor à primeira vista.
1 comentário
Olá!
Angela! Sou portuguesa no coração!
Seu país me encanta. Vivo há muitos anos na Alemanha. ( Sou viúva, 64 anos, 2 filhas casadas e 2 netinhas.)
Portugal é meu sonho!
Estou com passagem para 25 de abril até 24 de maio. A minha intenção é comprar um terreno/casinha rural.) Entre Coimbra e Leiria. Se souberes de alguém que possa alugar 1
quarto para o período da minha permanência. Portanto 1 mês. pago 400 Euros! Mas despesas extras, se me acompanhar nesta procura. Eu lhe agradeço de coração. Maria Monteiro. Fone: +4915256019608